O Antakarana

O Antakarana

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por Benjamin Creme

 

Uma discussão sobre a "ponte do arco-íris" construida por homens e mulheres em encarnação, entre o eu inferior e o eu superior, como parte da evolução espiritual pessoal.

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A ciência do antahkarana é provavelmente a mais importante dos tempos vindouros, mas esta exposição não pretende cobrir todo o tema do Antahkarana ou a ciência de seu uso. Esta é uma ciência ainda desconhecida pela humanidade mas tornar-se-á a ciência mental da Nova Era, a da construção da ponte entre o homem inferior e o superior, e também um número de outras pontes: entre os membros da raça humana como um todo; entre um centro, a Humanidade, e outro, a Hierarquia; entre a Hierarquia e Shamballla; entre a Humanidade e Shamballa através da Hierarquia; entre este planeta e outros, este sistema solar e outros. Todas estas pontes e conexões são o resultado do uso correto da ciência do Antahkarana, que se constituirá no maior campo educacional para a humanidade nesta era vindoura.

A melhor maneira de estudar o Antahkarana é através da leitura dos Ensinamentos de Alice Bailey, particularmente o livro Educação na Nova Era, e outras referências no livro Os Raios e as Iniciações. Você não aprenderá a técnica da ciência do Antahkarana neste texto ou nos Ensinamentos de Alice Bailey. Isto é algo que, no que concerne à humanidade como um todo, ocorrerá no futuro. É um processo gradual de iluminação para a humanidade mas tornar-se-á a maior ciência, a ciência de evoluir como uma raça e fazer as conexões internas ( que certamente já existem mas que devem ser construidas conscientemente pelo homem ou mulher em encarnação), de tecer o fio de retorno à fonte da qual nos originamos. É realmente a ciência do Caminho de Retorno.

Por muitas eras, a alma no seu próprio plano olha para seu reflexo, o homem ou a mulher no plano físico, e não vê um modo de interferir no seu desenvolvimento. Há muito pouco que a alma possa fazer exceto criar um corpo, fornecer-lhe seu equipamento físico, astral e mental, e permitir que ele faça o trabalho de evoluir.

Eventualmente, numa determinada vida, uma série de vidas para ser mais exato, a alma vê que seu reflexo, o homem ou a mulher, está começando a responder à influência da energia que conecta a alma ao seu reflexo, e o processo de evolução consciente começa.

Cada indivíduo é realmente ternário: a Mônada, ou Centelha Divina, o Eu impessoal que se reflete no plano da alma como uma alma individualizada ou ego. A alma, por sua vez, se reflete no plano físico denso como uma mulher ou homem em encarnação.

Este é o caminho descendente, o processo pelo qual o espírito se envolve na sua polaridade oposta, a substância. Quando o aspecto do espírito, ou vida, e o aspecto da matéria se juntam, um terceiro, o aspecto consciência, nasce.

"O Antahkarana"é, acima de tudo, o fio da consciência. É o resultado da interação da vida com a forma, com a substância, com a matéria; isto produz algo inteiramente diferente que nós denominamos "consciência ". Podemos também chamá-lo de "o Princípio Crístico". É o próprio processo de evolução.

Os estudiosos da antropologia, a história da evolução no plano físico, a evolução das formas, sabem que no começo havia grandes oceanos, fervilhando de vida, nada na terra até que gradualmente alguns dos animais mais evoluidos: peixes e répteis de todos os tipos vieram para a terra seca e tornaram-se os primitivos répteis e mamíferos. Gradualmente houve a evolução de um tipo pré-humano que eventualmente tornou-se um primitivo homem-animal, separado do reino animal. Com o germe da mente, que poderia se tornar o núcleo de um corpo mental finalmente formado, a raça humana teve seu início. Isto é negado pelos cristãos fundamentalistas e outros grupos religiosos ortodoxos que negam a realidade da teoria da evolução de Darwin, mas esotéricos aceitam-na como uma explicação mais ou menos precisa do crescimento da forma, a evolução da forma neste planeta.

Nossa preocupação não é com isto; nossa preocupação, como seres humanos evoluindo de volta para nossa fonte, é menos voltada para a evolução da forma, que chegou a uma maior ou menor perfeição ( embora ainda haja alguns pequenos ajustes e melhorias a serem feitos), do que com a evolução da consciência. Esta evolução da consciência é a base de como nos conscientizamos de nós mesmos e do nosso meio ambiente, e juntos criamos a evolução da raça humana.

A descida da Mônada para a alma e da alma para a personalidade tem que acontecer no sentido contrário. O homem ternário físico-astral- mental, tem que encontrar seu caminho de volta por um processo de fusão, primeiramente com a alma e então, através da tríade espiritual ( o reflexo da Mônada) com a própria Mônada : o Ser monádico tríplice. A jornada de volta, ou o processo pelo qual a jornada de volta é realizada, é através da criação, da evolução gradual e construção do Antahkarana. Este é um processo consciente e ocorre somente por estágios. Como o processo de descida tem sido lento, levando milhões de anos, também o processo de retorno pode ser um processo longo e arrastado, e assim o é para a grande maioria da humanidade. Nós nos encontramos no segundo de um sistema solar tríplice. Em outras palavras, este sistema solar é a segunda encarnação ou manifestação do grande Homem Celestial que denominamos de Logos Solar, Que tem um Plano para a evolução de todas as formas do sistema solar.

O primeiro sistema solar expressou-se através da matéria, da substância, da qualidade da inteligência ativa. Seu objetivo principal era a criação inteligente das formas. Nós nos encontramos na segunda desta tríplice expressão na qual a qualidade da alma, o amor ou o aspecto consciência do logos está no processo de se expressar.

O Antahkarana Solar está sendo construido pelo Logos Solar e por todas as outras formas, quer saibam elas ou não, que evoluíram do primeiro sistema solar e que estão atualmente criando a ponte entre aquele e este sistemas, e eventualmente, entre este sistema e o próximo. O próximo sistema solar terá como objetivo o aspecto da Vontade, o aspecto Monádico do Logos Solar. Quando a correta ponte entre estas três expressões estiver construida, o Antahkarana estará concluido. Isto levará à conclusão do Plano de nosso Logos solar em sua expressão tríplice.

Cada sistema solar cria um corpo de expressão num nível suuperior ao do anterior. O primeiro, que tem a ver com a forma, com a substância é, com certeza uma preparação para a expressão da alma. É a alma, em todas as formas, a que encarna. Pela descida na forma, a alma, aliás a Mônada (o aspecto espírito ) através da alma inicia um processo de redenção da alma na forma. É o começo do processo de espiritualizaçã o da substância; o propósito subjacente de nossa experiência encarnatória é, precisamente, o de espiritualizar a substância deste sistema solar específico. Quando tivermos tomado a substância, as formas criadas no sistema solar anterior, e a vitalizado com a energia da alma (o aspecto consciência), neste sistema solar, nós a elevaremos, redimiremos, aumentaremos sua freqüência vibratória e a conduziremos ao nível no qual o aspecto Vontate, Propósito de Deus ( em termos do logos solar) poderá se expressar.

No atual sistema solar Deus é amor, Amor é o aspecto da alma, Vontade no nível átmico . No próximo sistema solar Deus será Vontade e Propósito. Nós somos, todos nós, como microcosmos, evoluindo exatamente da mesma maneira que o macrocosmos, o Logos Solar, através de sua expressão tríplice, realiza sua parte no Plano evolutivo de cada reino em cada planeta.

Ao nos encarnarmos, portanto, estamos realizando algo bastante extraordinário, algo muito maior do que poderia ser realizado como seres humanos individualmente. Mas à medida que percebemos a interligação do microcosmos com o macrocosmos, nosso sentimento de propósito, o sentimento de realidade da vida, se torna mais profundo, e também um estímulo para uma concentração maior no sentido de construirmos uma linha direta de subida entre a expressão em nível-baixo (pois é do que se trata) da Deidade e alinhá-la com o propósito subjacente da Deidade para seu aprimoramento.

A energia de cada sistema solar é aumentada e torna-se a base para o novo sistema, assim como na nossa experiência encarnatória cada encarnação cria uma expressão através de seus veículos até uma determinada vibração. Esta freqüência é mantida exatamente na faixa atingida no momento de nossa morte.

Há tres ‘átomos permanentes’ em torno dos quais os novos corpos: físico, astral e mental, são formados. Estes átomos permanentes vibram exatamente na freqüência alcançada naquela vida específica e então podemos compreender como a freqüência vibratória alcançou o nível por nós atingido, ou o nível de espiritualizaçã o da matéria. A alma permeia a matéria dos tres corpos com sua energia e desta forma, salva, redime a matéria. Ela eleva sua vibração a um nível ainda mais elevado até atingir o ponto em que a alma se reflita, sem resistência, diretamente, através da personalidade. É assim que nos tornamos divinos. Nós o fazemos ao elevarmos a freqüência vibratória da substância dos tres corpos até o ponto que o Homem Divino, a alma em seu próprio plano, pode ser refletido de maneira relativamente pura através de seu reflexo, o homem ou a mulher no plano físico. Este é o processo evolutivo, o caminho de retorno; sua técnica é a ciência do Antahkarana.

 

Sutratma

Há dois fios principais que conectam a Mônada, através da alma, com o homem ou a mulher encarnada. Um é o Sutratma, o fio da vida, ancorado no coração.Vem diretamente da Mônada, reflete-se através da alma e é ancorado no chakra cardíaco no lado direito do corpo. Reflete-se através do centro etérico do coração físico e da corrente sanguínea que, como se sabe, é o fluxo purificador que conduz a energia de vida para todas as partes do corpo. Enquanto o sangue da vida é bombeado corretamente através do corpo,e se mantem livre de toxinas, o corpo físico demonstra toda sua habilidade e precisão de movimentos e expressão. Assim também os corpos interligados: o astro-mental e o mental, dependem do fio da vida, do Sutratma, para poder existir e funcionar corretamente.

Há um outro fio denominado, realmente, Antahkarana. Este fio é ancorado no centro da cabeça e através desses dois fios a expressão tríplice da Mônada, alma e homem/mulher no plano físico, vivem suas vidas. Esses dois fios passam todas essas informações e, num fluxo descendente, preenchem as lacunas entre, primeiramente a Mônada e a alma, e depois entre a alma e seu reflexo, o ser humano no plano físico.

Eventualmente um terceiro fio é construido pelo próprio ser humano por meio da energia da alma e ,eventualmente, energia monádica, através do seu aparelho humano: o fio da criatividade. Estes três fios enredados entre si produzem a ponte entre os três níveis de existência.

A futura ciência do Antahkarana ocupar-se-á com este processo, o caminho de volta. Esta será o processo educativo na Nova Era. Os indivíduos serão reconhecidos pelo que realmente são - almas em encarnação. Seu grau de evolução e estrutura de raio serão conhecidos; através desta ciência as lacunas entre os vários níveis do nosso ser serão preenchidas. Somente agora isto se torna possível pois a raça humana atingiu o estado atual e, certamente em função do apelo do mundo, as únicas pessoas que realmente conhecem esta ciência são os Mestres.

Já que os Mestres estão retornando esta ciência se tornará exotérica. Todas as crianças desde os mais novos até a idade de 28 anos, participarão deste processo educativo na ciência da Vida, a ciência da construção do canal de retorno, ou senda. Gostaria de aqui demonstrar a unidade interna do método e aproximação de certos termos.

O Antahkarana é a ponte construida primeiramente com matéria mental e depois com luz, pelo aspirante em evolução, discípulo e Iniciado, cada um por sua vez. Até um certo ponto ,a conexão entre o homem ou mulher e o plano da alma se desenvolve pelo controle da mente, a energia do corpo mental. O corpo mental é controlado e os padrões de pensamento constroem uma ponte.O Antahkarana é, portanto, uma ponte ligando em primeiro lugar o homem inferior, a mente concreta, com a alma e depois a mente concreta, através da alma, com a mente superior que é o aspecto mais baixo da Tríade Espiritual. Isto é Atma - Buddhi - Manas, o reflexo no plano da alma da tríplice Mônada, ou Centelha Divina.

 

Caminho de retorno

Há vários termos para ele e gostaria de trazê-los todos para mostrar a unidade e interligação desses diferentes métodos de expressar o que é essencialmente o processo único, a jornada de volta: O Caminho de Retorno.

Os místicos pensam nesse Caminho como sendo o Caminho para Deus. Eles pensam em termos de seus sentimentos e experiências religiosas e místicas, suas crenças religiosas e místicas, suas doutrinas e dogmas, suas práticas espirituais, os diferentes rituais que todos os homens devocionais e místicos utilizam como uma maneira de chegar até Deus através da crença, um vínculo consciencial entre a estrutura de crenças do indivíduo ( seja ele cristão, hindú, budista, ou outro) e aquilo que é a fonte de toda criação. A pessoa religiosa crê ser este o Caminho de Retorno, e certamente isto é perfeitamente verdadeiro. Mas nem todo mundo é religioso e o Caminho de Retorno, para o esotérico, é um caminho construido literalmente pelo discípulo. O discípulo constrói o caminho tornando-se o Caminho. Não se trata de algo já pronto e que possa ser sussurrado no seu ouvido. De forma alguma. É o próprio processo evolutivo. É o mesmo processo que trouxe os peixes para fora do mar em direção à terra seca, de onde eles evoluíram para, primeiramente répteis, depois mamíferos e em seguida uma enorme variedade de animais e, eventualmente, no ápice do desenvolvimento da forma, o reino humano. Acima do reino humano está o Reino das Almas, o reino cuja natureza é a consciência. O plano da consciência é exclusivamente aquele onde os Mestres têm trabalhado. O Caminho de Retorno é o Caminho pelo qual a consciência do que é e do vir a ser pode gradualmente se tornar conhecido pelo buscador, o indivíduo em evolução.

Em outras palavras, à medida que você busca, que você aspira, você cria diante de você mesmo, como DK diz : a "aranha cria do seu próprio ser o fio da seda", portanto, exatamente da mesma forma, o aspirante, o discípulo e o iniciado criam diante deles mesmos o Caminho de Retorno, o Caminho que ainda não está pronto.

É o caminho de expansão da consciência que constitui sua relação com o todo, é o meio pelo qual nós entendemos as mais profundas experiências e percepções de nossa conexão com o todo, o Macrocosmos. Isto é realizado por uma crescente expansão de consciência.

Estas expansões de consciência são marcadas em nosso planeta por cinco iniciações planetárias. Para o adepto há também quatro iniciações Cósmicas. Acima destas, e em todo o Cosmos, há iniciações após iniciações que continuam eternamente através de todo o espaço galáctico. Tudo isto é um processo pelo qual, através da construção do antahkarana, nossa relação individual com a totalidade torna-se gradualmente mais perceptível para nós.

O Antahkarana não é uma ‘forma’. Neste texto há uma forma denominada "O Antahkarana". É uma litografia feita de uma de minhas pinturas, e é uma representação puramente formal e simbólica do Antahkarana. A Mônada se reflete na alma como a Tríade Espiritual: Vontade espiritual, Amor-Sabedoria espiritual e inteligência espiritual, e esta por sua vez, se reflete no ser físico por meio da alma. O processo pelo qual isto se realiza é o Antahkarana. Nesta litografia, a imagem inferior representa o ser humano ternário; a coluna branca é a representação simbólica do tríplice fio do Antahkarana; e a forma amarela clara na parte de cima representa a própria alma. Esta litografia não é o Antahkarana; o Antahkarana não é uma forma. Por força da linguagem usada, muitas pessoas ao pensar no Antahkarana imaginam uma ponte. Esta ponte é construida primeiramente de matéria mental e depois de luz, então eles visualizam uma ponte material. Um artista precisa fazê-lo, com certeza; não se pode pintar um quadro sem uma forma. O artista precisa criar por meio de sua imaginação criadora uma forma que simbolize o processo, mas a forma não é o processo. É simplesmente um meio de expressar a idéia do processo.

Qualquer pessoa que pratique Meditação de Transmissão sabe o que é alinhamento. Quando o alinhamento é perfeito, simbolicamente falando, forma-se uma coluna de luz acima da cabeça dos que meditam. Nessa luz há três fios de energia. Esta é a forma, mas não é o Antahkarana. Precisamos entender que a forma e a idéia de uma ponte, a idéia de uma coluna de luz, a idéia de alguma forma feita de substância, é apenas uma maneira didática de explicar alguma coisa. Nós falamos de conscientizaçã o.

Num certo sentido, conscientizaçã o é uma maneira vaga e generalizada de falar sobre o processo de retorno. Nós retornamos através de uma gradual expansão de consciência, por meio da construção consciente do Antahkarana. Isto é criado primeiramente na matéria mental, entre a personalidade e a alma, e então pelo iniciado que já entrou em contato e encontra-se num estado de fusão com a alma iluminada, entre a alma e a Mônada, o mais elevado aspecto do tríplice ser. Então esta conexão se torna direta entre a Mônada e o ser divino, idêntico a Deus, o reflexo do nosso Logos Planetário e o homem ou a mulher no plano físico. Por este processo o nosso Logos Planetário realiza Seu Plano de evolução por todo o reino humano, e naturalmente da mesma forma, o Logos Solar realiza Seu maior e vasto Plano em todos os seres de todos os planetas do seu sistema solar ( no caso, o segundo). Este processo estará concluido no terceiro sistema solar, no qual o aspecto Monádico da Vontade, o Propósito, o Amor essencial de Deus atingirá sua expressão final e seu completamento.

Cada um de nós, neste exato momento, está comprometido na criação do Antahkarana. Um outro termo para Antahkarana, alem de ponte de luz, é Auto-Realizaçã o, que é como Maitreya o chama : "Eu vim ensinar a arte da Auto-Realizaçã o", disse Ele. A arte de Auto-realizaçã o é a ciência do Antahkarana; são a mesma e única coisa.

Maitreya disse que o caminho mais simples e mais direto compreende a prática de três coisas: honestidade de mente, sinceridade de espírito e desapego. Estas três levam à Auto-realizaçã o, e o fazem ao habilitar o homem ou mulher na criação do Antahkarana. Para a vasta maioria das pessoas no mundo este é um processo que acontece de maneira bem inconsciente. Muitos indivíduos não evoluidos estão conectados apenas pelo Sutratma, o fio da vida, que vem da Mônada através da alma e fica ancorado no coração. A humanidade média também se conecta pelo fio da consciência, o Antahkarana, e à medida que a pessoa evolui pela construção do primeiro estágio do Antahkarana, aquele entre o homem inferior e a alma, as energias da alma ficam disponíveis para ele ou ela.

A partir daí o processo criador começa. Isto estimula a mente e a imaginação criadora, e uma vida de criatividade e serviço se inicia. Criatividade e serviço são a mesma coisa; serviço é a vida da alma que se expressa criativamente no plano físico. Isto, então, domina mais e mais a vida do indivíduo e assim se faz a criação da cultura. Não é por acaso que a cultura de qualquer nação é criada pelos discípulos e iniciados daquela nação; foram eles que construiram o primeiro estágio do vínculo que conecta, a ponte, entre eles e suas almas.

O iniciado, tendo alcançado a integração dos três veículos inferiores: físico, astral e mental, e tendo trazido todos para uma freqüência vibratória sincronizada, recebe a terceira iniciação; a alma, então, controla e domina seu veículo, que é no momento , negativo em relação ao propósito da alma. O homem divino ou a mulher divina demonstra sua divindade no plano físico por uma vida de serviço e criatividade. Os iniciados de terceiro e quarto graus estão geralmente encarnados por apenas uma ou duas vidas, dependendo de fatores astrológicos. Tendo levado milhares de vidas para alcançar a primeira iniciação, e talvez cinco ou seis para a segunda, a terceira é muito mais rapidamente alcançada, e também a quarta vem imediatamente após, provavelmente na vida seguinte. Portanto, no momento que a pessoa atinja um estado de verdadeira criatividade, está mais ou menos permeada pela alma e expressando o propósito da alma, não tem muito tempo para fazer isso; talvez apenas três ou quatro vidas no máximo. Então, como Mestre, toda a sua existência é dedicada ao serviço do Plano. É claro que quanto mais se evolui, mais se sabe. Quanto mais se sabe, maior a responsabilidade no serviço e maiores as possibilidades de servir.

Os Mestres podem servir porque Eles sabem. Nosso serviço é limitado, não apenas por causa de nossa falta de interesse ou de energia, mas também porque não sabemos o suficiente; podemos servir de maneira mais ou menos limitada porque nossa consciência é limitada. Quanto mais consciente somos, ou quão mais elevado nosso grau de conscientizaçã o, maior é o número de fios de consciência que se estende para o mundo, mais consciência teremos da natureza da realidade. Estes são o Antahkarana, que não é apenas uma coluna de luz mas fios de consciência se espalhando do indivíduo para todas as esferas de seu meio-ambiente. Esses fios de consciência multiplicam- se de maneira sem fim até que, no Mestre, eles permitem a oniciência: nada pode acontecer em qualquer lugar que Ele não tenha consciência. Desta maneira nós revelamos a mente de Deus, tornamo-nos instrumentos no aprofundamento do Plano mantido na mente de Deus. Esta é, realmente, a base da iniciação.

Quando você tem consciência, através da construção do Antahkarana, como ligar os vários níveis de expressão Monádica com a Alma, da alma com o físico ( no caminho descendente) , quando você conhece esta ciência porque a usou, e a usou de maneira consciente, quando você for um Mestre, você poderá usar esta ciência para criar o Mayavirupa, o corpo auto-criado.

O Mayavirupa reverte o processo do Antahkarana. É a habilidade de criar um corpo porque você conhece os elos conectores entre as formas. Um Mestre Deus-realizado, experiencia a Si mesmo como Deus no plano físico. Para nós o corpo físico é o mais próximo, mais importante aspecto, enquanto que para o Mestre é apenas um aspecto transitório do todo. Deste estado divino, o Mestre pode caminhar ao contrário na ponte, o Antahkarana, pode repetir o processo e juntar, deste modo, matéria mental, astro-mental e do plano físico-etérico, e precipitar Sua consciência nele.Este é o segredo da criação do Mayavirupa.

A nova religião mundial, quando desenvolvida, será realmente a criação do Antahkarana racial. Maitreya já disse que Ele não veio para criar uma nova religião, para conquistar seguidores e etc. Isto é verdadeiro, No entanto, haverá uma nova religião, por falta de um termo mais apropriado, mas que será a ciência da qual falo.

A nova religião será uma aproximação consciente realizada pela raça humana com relação ao Criador, Aquele que está por trás de toda a criação que, é claro, inclui a todos nós, a parte essencial de nós como Mônadas. Isto será feito través da criação do Antahkarana racial ou grupal. A crescente experiência dos aspirantes e discípulos em trabalhar com grupos é um passo preparatório em direção a este grande agrupamento racial, para a criação do Antahkarana mundial. Eventualmente o Antahkarana liga não somente pessoas mas também planetas e sistemas solares. Esta é a natureza essencial de Ser por todo o Cosmos. Tudo o que é elevado se reflete num veículo inferior. Esta expressão trina é encontrada em todo o Cosmos.

No nível humano nós experienciamos conscientemente porque, como almas, somos os "Filhos da Mente". Através da expressão da Alma ( o aspecto consciência ), aquela conscientizaçã o acontece e através dela o Antahkarana racial poderá ser construido. Como um Ser, como uma raça, como um grande agrupamento de todos os povos, todas as religiões, todos os tipos e níveis de evolução, haverá eventualmente uma aproximação consciente com Deus, especialmente durante os três festivais espirituais em abril, maio e junho e também nos outros dias de lua cheia. Isto constituirá "a nova religião mundial", ou a técnica da nova religião, na qual a invocação substituirá o atual processo de culto. Podemos ver, portanto, que se tratará de uma religião muito científica e será difícil distinguir entre o que denominamos ciência, religião e educação.

Este também será o processo educativo na Nova Era. As crianças serão treinadas na criação do Antahkarana. A ciência do Antahkarana será ensinada até onde for possível porque é uma coisa experiencial para aqueles preparados para receber a lição. É claro que isto não quer dizer todas as crianças, mas para os aspirantes mais adiantados, para aqueles que se preparam para a iniciação, isto será a norma. Nenhuma iniciação é possível sem a construção do Antahkarana. Realmente, é precisamente a construção do antahkarana, o vínculo entre o homem inferior e a alma, que torna possível a iniciação. Eventualmente, o elo entre o homem inferior integrado e a alma, torna possível qualquer iniciação na qual a fusão se faz com a Tríade Espiritual e , por meio dela, com a Mônada. Então o processo se completa; o Homem Divino, o Homem Auto-realizado conquistou; ele é um Mestre.

O Antahkarana não é somente a ponte entre os diferentes fragmentos de nós mesmos, é a ponte entre os mundos: é planetária, sistêmica e galáctica.

A chave para a formação do Mayavirupa é encontrada na correta compreensão da criação do Antahkarana . É importante lembrar que assim que estas pontes são construidas, o processo de vitalização continua. Não é simplesmente uma questão de construir uma ponte; é através daquela ponte que o estímulo proveniente dos níveis mais elevados acontece.

Três ciências importantes dominarão a Nova Era: a ciência do Antahkarana, a ciência da meditação e a ciência do serviço. A ciência do serviço utiliza a criatividade que é conseguida por meio da construção do Antahkarana; a ciência da meditação, é claro, é um processo preliminar essencial que conduz à criação do Antahkarana por meio de sua prática. Assim, a ciência do Antahkarana é realmente muito abrangente, incluindo a da meditação e do serviço.

O agente vitalizador é, primeiro de tudo, a alma. A alma abre,no nível da personalidade, as pétalas do Conhecimento no chakra coronário e as vitaliza; isto estimula os processos de pensamento e galvaniza o homem ou a mulher para prosseguir na criação da ponte, o Antahkarana, entre ele/ela e a alma. A fusão com a alma acontece gradualmente e, quando atinge um certo ponto, a iniciação leva à abertura das pétalas do amor, e eventualmente, quando o homem ou a mulher se aproxima da terceira iniciação e esta se realiza, a abertura das três pétalas internas que "contêm"a "jóia", a "jóia no coração do lótus", que é o aspecto da Vontade.

A Mônada se reflete cada vez mais no homem ou na mulher no plano físico, dominando portanto, a vida daquele indivíduo. Neste processo, o que era simplesmente uma aspiração emocional gradualmente se transforma na vontade Monádica: o propósito da vida torna-se conhecido. Isto leva a vidas de verdadeiro valor no plano físico, não se perde tempo, o indivíduo conhece seu propósito de vida e parte para cumpri-lo sem perda de tempo com pensamentos errados, ações erradas e demoras que acontecem no decorrer da vida. Ele descobre o valor, os usos e os propósitos da imaginação criadora. Isto é tudo que permanece com ele eventualmente, de toda a intensa vida astral que viveu por tantas encarnações. O corpo astral torna-se um mecanismo de transformação: desejo transformado em aspiração, aspiração em crescente faculdade de intuição expressiva.

A faculdade intuitiva emerge quando um contato real com a alma é atingido, quando a ponte entre a personalidade e a alma é de tal constância e intensidade que o que era apenas aspiração emocional transforma-se num vínculo direto com o aspecto superior do qual é mero reflexo, o aspecto búdico da Tríade Espiritual. Nosso corpo astro-mental, em termos de propósito evolucional, é destinado e eventualmente torna-se simplesmente um veículo imóvel que reflete Buddhi. Buddhi é a verdadeira intuição. É essencialmente consciência grupal; intuição é um outro nome para consciência grupal. É o aspecto búdico, do Amor-Sabedoria da Tríade Espiritual. Buddhi eventualmente reflete-se através do mecanismo astral como intuição: a gente sabe porque sabe, porque sabe. Não há raciocínio a respeito; é uma resposta direta, espontânea de Buddhi, utilizando a natureza astral purificada como meio para aquela resposta intuitiva. Inevitavelmente o Antahkarana produz isto.

Há uma relação entre a ciência do Antahkarana e a Meditação de Transmissão.

Meditação de Transmissão é a fusão de dois Yogas: Karma Yoga , o Yoga do Serviço, e Laya Yoga, o Yoga dos chakras, as energias. Essencialmente o Antahkarana tem a ver com os centros de força, os chakras, porque é através da manipulação científica das energias nos chakras, com a correta estimulação dos chakras, que o Antahkarana é construido. Poder-se-ia dizer que a ciência do Antahkarana é a ciência dos chakras. As ciências do futuro: do Antahkarana, da meditação e do serviço estão ligadas. Uma conduz à outra: a correta meditação leva à construção do Antahkarana; a correta construção do Antahkarana leva a uma vida de serviço, dirigida pelo propósito da alma. O conhecimento e a criatividade da alma são conscientemente colocados à disposição do indivíduo que constrói cientificamente o Antahkarana.

Na medida que a Meditação de Transmissão é uma fusão do Karma Yoga e do Laya Yoga, o que os Mestres estão fazendo nos Grupos de Transmissão no mundo todo é criar um Antahkarana grupal. Está sendo feito para nós. O tempo médio para um real alinhamento, e portanto, de transmissão correta,em qualquer hora é de cerca de 3 ½ a 4 minutos. É só porque a Meditação de Transmissão é tão potente, tão científica, que é produtivo fazer até mesmo os 3 ½ minutos. Em virtude de sua extraordinária potência, da natureza pura e científica da Meditação de Transmissão, esses 3 ½ minutos têm um valor extraordinário para o mundo e um valor extraordinário para as pessoas que a estão praticando. Nós estamos tendo o antahkarana construido para nós. É uma dádiva. Os Mestres estão nos servindo, dando-nos a comida na boca.

O Antahkarana está sendo criado num ritmo extraordinário, tão rápido que, as pessoas que estão no ponto 1.5 entre a primeira e a segunda iniciações, se forem jovens e gozarem de boa saúde, possívelmente receberão a segunda iniciação ainda nesta vida; não por causa de algum esforço particular que tenha feito seja construindo o Antahkarana ou no serviço para o mundo, mas simplesmente por participar um determinado número de vezes dessa Meditação de Transmissão, prestando atenção no centro Ajna, para que os Mestres possam ajudar a criar esse canal de luz entre os diferentes aspectos de nosso ser,

Isto á algo extraordinário que acontece nos Grupos de Transmissão, e é uma das razões principais que permitem aos seus participantes conseguir um avanço tão extraordinário. Aqueles que vêm participando das Transmissões nos últimos dez anos, estão muito mais avançado do que teria sido possível. Eles podem não ter percebido isto mas os Mestres, sim; Eles medem e registram tudo, e Eles sabem quem está pronto, nesta encarnação, para receber a segunda iniciação ( a maioria das pessoas envolvidas na Meditação de Transmissão já recebeu a primeira). Isto só é possível devido às exigências do tempo e que, ao mesmo tempo, apresenta ao aspirante e ao discípulo uma oportunidade para o serviço por meio da Meditação de Transmissão. Não se pode enfatizar o suficiente o quão valiosa ela tem se provado.

O que está sendo construido no fio conector, o canal entre os diferentes aspectos de si mesmo, é o Caminho de Retorno à Fonte, à Mônada. Nós somos a Mônada, que se reflete através da alma numa personalidade no plano físico. Estamos no Caminho de Retorno, redimindo a matéria de nossos vários corpos: físico, astral e mental.Esta matéria redimida e espiritualizada produzirá, no próximo sistema solar, uma matéria de uma freqüência vibratória mais elevada. E assim, a evolução do corpo do Logos Planetário continua; nós todos estamos envolvidos nisso individualmente, para o planeta e para o sistema solar. É para isto que estamos aqui. À medida que crescemos e evoluimos, aprofundamos nosso nível de conscientizaçã o a respeito desta realidade.

O Macrocosmos, quando começamos a intuir sua natureza e a experienciá-lo por meio de conscientizaçã o , nos diz que isso é a realidade, e cada vez mais nós perdemos o sentimento de separatividade. É dito: Perca-se no serviço. O processo pelo qual isso é feito é a construção da ponte. Isto resulta no serviço criador; criatividade é serviço, serviço é criatividade. É da natureza da alma nos três mundos, expressar-se por meio de alguma forma de serviço criador, e ao fazê-lo perdemos o sentimento do eu separado. Nós aprofundamos nossa experiência do Macrocosmos e percebemos que ele e nós somos um. Esta é a experiência crescente do homem ou mulher que constrói a Ponte, que cria a unidade com a alma. Daí a alma torna-se uma realidade numa vida só. Por trás de toda controvérsia, de toda falação, nós sabemos que nós somos a alma.

Não é simplesmente uma idéia teórica ou intelectual, nós sabemos que ela é parte de nosso ser, e sabemos eventualmente que a própria alma é uma luz dentro de outra luz ainda maior, um fogo dentro de um fogo ainda maior. Esse fogo tem consciência que é a natureza da alma, e a pessoa estreitando o contato com a alma eventualmente perceberá que ela é um fogo dentro de um fogo consumidor maior, que é a própria Deidade. A Bíblia diz: "Deus é um fogo consumidor". Isto é a realidade.

A alma é um grande e ígneo vórtice de forças que são refletidas nos planos inferiores como o homem ou a mulher encarnada. Isto é o que somos: um reflexo dessas forças ígneas, e a ponte que construimos, o Antahkarana, de volta para a alma e eventualmente de volta para a Mônada, é o caminho pelo qual estas forças chegam até nós. Elas estimulam a mente, a intuição e a vontade criadora e aí a nossa vida de iniciados, iniciados conhecedores do processo da vida, tem início.

O Antahkarana é, acima de tudo, o fio da consciência. É o resultado da interação da vida com a forma, com a substância, com a matéria; isto produz algo inteiramente diferente. E nós denominamos isso de "consciência". Podemos também chamar de "Princípio Crístico". É o próprio processo evolucionário.

O Antahkarana não é simplesmente uma coluna de luz mas fios de consciência espalhando-se para fora, do indivíduo para todas as esferas de seu ambiente. Estes fios de consciência se multiplicam sem cessar até que, no Mestre, produza a oniciência: nada acontece em lugar nenhum que Ele não saiba".

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