O SEGREDO SOBRE PORTUGAL

Um novo ano é uma boa altura para apresentar novas perspectivas. Chega de palavras

em cima de palavras. Sejamos audazes. A História de Portugal está envolta numa névoa

 que é preciso dissipar. Da discussão, nasce a luz. Com o esforço de todos.

Pretendo pôr à discussão a possibilidade de estarem estes dois temas interligados:

1. O GRANDE SEGREDO DA ORDEM DO TEMPLO2. JESUS CRISTO EM PORTUGAL

Que, a vinda de Jesus para Portugal, foi um segredo guardado e, escondido, ao longo dos

 tempos.

Que a Ordem do Templo foi instaurada por terem sido encontrados documentos que

 referiam esse facto.

Que no espaço Lusitano se preservou sempre essa memória.

Que o motivo, sobre o qual tanto se tem especulado, e que tanto poder deu à Ordem

do Templo, foi o conhecimento desse Segredo.

Que o culto do Espírito Santo conservou essa memória.

1. Formação da Ordem do Templo e de Portugal

D. Henrique pertencia à família ducal da Borgonha. Aderiu à Reconquista da Península

Ibérica e, como recompensa pelos seus serviços, recebe em 1096 de Afonso VI o Condado Portucalense como dote de casamento com D. Teresa de Leão. Morre em 1112 e Afonso

 Henriques sucede-lhe, tornando-se no segundo conde de Portucale.

Guerra Santa, peregrinações, relíquias, pilhagens, comércio, profecias milenaristas e muitos

 jovens nobres desocupados, são palavras-chave para entender a época. A primeira

 cruzada é em 1096. Muita gente se desloca pela Europa e pelo Médio Oriente. O mesmo

 faz um grupo de nobres da Borgonha aparentados a D. Henrique. No ano em que são

 encontrados em Toledo os manuscritos que contêm a lenda do graal, e que, parecem

estar na origem da tradição de Parsifal conhecida na Europa, D. Hugo de Champagne,

 parente de D. Henrique, desloca-se à Palestina com D. Hugo de Payen que, aos 19 anos,

 toma parte na captura de Jerusalém e no mesmo ano entra ao seu serviço.

Em 1112, Bernardo Fontaine, borgonhês como o Conde D. Henrique, decide tornar-se

monge e leva consigo os amigos e a família. Antes de ingressar no mosteiro fica acampado

 com eles 6 meses sem se saber bem porquê. O mosteiro é muito pequeno e não tem espaço

 para todos, quando D. Hugo regressa da Palestina, oferece à Ordem um bosque para aí

construir a Abadia de Claraval onde Bernardo será abade. Nasce Bernardo de Claraval em

 1115. Na abadia continuarão a traduzir manuscritos encontrados nas viagens.

Em 1118, um grupo de 9 cavaleiros, dirige-se para a palestina e instala-se nas ruínas do

Templo de Salomão. Ficam por lá a cavar durante 10 anos. Um dos 9 cavaleiros terá sido

 português.

D. Hugo regressa para falar com Bernardo e este manda regressar todos.

No concílio de Troyes, apesar de contestado por uma parte do clero que pensa que ele

 se intromete em coisas que não lhe concernem, Bernardo de Claraval é nomeado secretário

 e o concílio é fortemente influenciado pela sua actuação. Consegue o reconhecimento da

 Ordem do Templo cujos estatutos são escritos por ele mesmo. Parece ter sido por sua

mediação que o Papa enviou um legado à Península Ibérica para reconhecer a submissão

 do novo país à Santa Sé.

Estabelece-se a Ordem do Templo em 1128.

Entretanto:

O jovem D. Afonso Henriques, de ascendência duvidosa e por motivos pouco claros,

 pretendia ser mais do que conde. Em 1128 zanga-se com a mãe, D. Teresa, que pretendia

 manter-se no governo do Condado Portucalense. Apesar de herdeiro, é vassalo do rei de

 Castela. Esta zanga é, um pretexto, para deixar de sê-lo e assim tornar o reino

 independente. A forma como tratou sua mãe dá-nos que pensar.

Também na Lusitânia existiam segredos conhecidos por algumas das antigas famílias do

 condado Portucalense. Na época o poder espiritual sobrepunha-se ao poder temporal.

Apenas com a bênção papal, era possivel legislar esse poder. O segredo da sobrevivência

 de Jesus, documentado em manuscritos, foi ameaça suficiente para obter a colaboração

 do papa que aceitou o reino de Portugal mas, não reconheceu Afonso como rei. Afonso

 Henriques era templário e como tal não podia possuir nada, uma vez que tudo o que um

 templário possuía pertencia à Ordem. O reino de Portugal foi criado para albergar um

 império espiritual onde o verdadeiro imperador seria Cristo.

Além deste segredo havia aqui muitos outros e, também, mapas. Rotas terrestres e

 subterrâneas. Documentos secretos que deram origem a um plano futuro. Para aqui

terá vindo da Palestina o tesouro dos templários. Entre 1151 e 1155 D. Gualdim Pais

 prestou serviço na Palestina como cavaleiro templário. Foi o 4º ou 5ºmestre da Ordem.

 Em 1160 constrói o castelo de Tomar. Não se sabe qual a razão que levou à opção por

Tomar em lugar da reforma do castelo de Cera. A primitiva ocupação humana da região

de Tomar remonta a mais de trinta mil anos, conforme os testemunhos arqueológicos.

 A cidade é acessível a rotas marítimas e subterrâneas. Iniciou-se também a construção

 da Charola posteriormente adaptada a Capela-mor, uma das edificações templárias mais

 importantes no Ocidente.

Os primeiros reis de Portugal foram templários. A ordem prosperou e o reino cresceu.

 Desavenças terão levado a que as famílias Portuguesas e da Borgonha se tenham

desentendido. As ordens monásticas reforçaram o poder papal. A inquisição começa a

 impor-se. Todos os que não são bem vistos por motivos espirituais ou materiais, são

 denunciados como hereges. A ordem é extinta em 1314. Apesar da rapidez com que

foram perseguidos ou mortos, todos os templários, o tesouro evaporou-se, provavelmente transportados em carroças de ciganos, quem sabe se, por rotas subterrâneas.

Em 1296 D. Diniz e D. Isabel instituem o culto do Espírito Santo apesar de este ser muito

 anterior. Dante acusa D. Diniz de actos maléficos. Porque não terá sido nunca revelado

o segredo?

Após o declínio da Ordem de Cristo, Portugal perde o rumo. Algo acontece de definitivo

 na história do nosso país a partir de 1433. Para além da morte de D. João I, que mais

 terá acontecido?

2. Jesus Cristo no Ocidente

Aqueles que dizem que Jesus não morreu na cruz são muitos. Há várias interpretações e

teorias em relação à sua morte que a tornam de facto duvidosa.

Não existe registro de que a cruz tenha sido utilizada pelos cristãos do primeiro século,

apenas no século IV se tornou o supremo emblema e símbolo do Cristianismo.

A ligação de Jesus com o movimento zelota é uma possibilidade sustentada por vários

autores. A crucificação não era usada para delitos comuns. Era punição capital, reservada

 para crimes políticos, de insurreição. Por isso a morte deveria ser lenta, dolorosa, para

 servir de exemplo a quem passasse e visse os terríveis sofrimentos do supliciado.

Segundo alguns historiadores, os crucificados ficavam de três dias a uma semana em

 indizível agonia antes de, finalmente, morrerem. Por isso se espantou Pilatos quando,

 passadas apenas cerca de seis horas, se apresentou José de Arimateia, pedindo o

corpo de Jesus para sepultar. Teria Jesus morrido neste relativamente curto espaço de

 tempo? Essa foi a dúvida de Pilatos. E a de muitos exegetas.

Partindo, então, da hipótese de que Jesus sobreviveu ao martírio na cruz e fugiu da

Palestina, sustentam alguns que vivera na Índia a partir dos 13 anos e, depois, obrigado

 a fugir, retornou à região em que viveu toda a sua juventude. Outros dizem, até, que

terá acabado os seus dias numa aldeia perdida, no Oriente. Casado e rodeado de filhos.

 Que terá ficado a ensinar. Algures. Num sítio secreto. E porque teria ele ficado no

 Oriente? Por ter nascido lá? Se é que foi lá, que nasceu... E... Ocidente, porque não?

Após a morte de Jesus, defendem alguns autores, que teria José de Arimateia viajado

 até à costa de Portugal com Maria, mãe de Jesus e alguns apóstolos. Com eles trariam

 o graal que levariam para a Gália. Glastonbury é um sítio rico de histórias. Mas, porque

 ficaria Jesus escondido sozinho no Oriente, tão perto, dos que o perseguiam? Enquanto

 Madalena ia para França, a mãe para Portugal, José de Arimateia para a Grã-Bretanha

e, o graal, sabe deus para onde?

José de Arimateia parece ter sido um rico comerciante fenício que vinha comprar estanho

à Grã-Bretanha. Teria já trazido o menino e sua mãe nas viagens. No Norte de Portugal

 temos muito estanho, e temos também a ponta mais ocidental da Europa referida em

tantos textos antigos. A cultura megalítica é ainda hoje um mistério. E a Tradição

Primordial também. Desde tempos imemoriais Ophiusa guarda segredos.

A Idade Média perseguiu a memória de alguma coisa a que chamaram e continuamos a

 chamar graal. Talvez não apenas de uma só coisa mas sim, de várias, que os anos

 fundiram em palavras que já não existem, nas línguas actuais. As línguas são vivas.

 Quando a realidade muda, mudam as palavras para se lhe adaptarem. Há uma grande

confusão entre a costa da Grã Bretanha e do norte da península Ibérica. Também as

 novelas de cavalaria criaram uma amálgama de tradições que se confundiram no tempo,

 dando lugar ao cenário da Tavola redonda protagonizado por Artur, Lancelote, Genwere

 e, a malvada Morgana.

Há uma história oculta de Portugal constantemente focada pelos nossos homens de letras.

O mito, do império universal de Cristo, não é um mito. É uma memória.

É altura de acordar essa memória e desvendar a verdadeira história de Portugal.

Do Livro:

A ESTALAGEM DO QUINTO CAMINHO

de Maria Melo

outonoutubro@gmail.com