Subterrâneos de Sintra

 

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O MISTÉRIO INCRÍVEL DOS SUBTERRÂNEOS DE SINTRA

(REPORTAGEM DE VICTOR MENDANHA IN "CORREIO DA MANHÃ", 13.10.1985)

Uma verdadeira cidade subterrânea, formada por túneis e grandes galerias, a partir do Castelo da Penha e construídos pelos Mouros e pelos Templários há cerca de oito séculos, faz com que a Serra de Sintra se pareça mais com um enorme queijo "Gruyère" do que com uma montanha a quem já Ptolomeu apelidava de Montanha da Lua, nome aliás repetido por Camões quando a ela se refere, em verso, nos "Lusíadas".

Em tempos ainda mais remotos Festo Avieno chamou-lhe Ofiusa, palavra de origem grega significando "terra da serpente". Serpentes seriam, segundo vários autores mais dados à História superficial, os ídolos das tribos indígenas mas não se pode olvidar o facto de os Iniciados em determinada Via do Conhecimento serem conhecidos por idêntico nome.

Por seu lado o cruzado Osborne, um dos voluntários estrangeiros na conquista de Lisboa aos Mouros por D. Afonso Henriques e, quanto a nós, o primeiro repórter da História de Portugal, sobre a Serra de Sintra referiu, nas suas crónicas, que se tratava de uma região tão enigmática ao ponto das éguas ficarem prenhas apenas devido ao vento...

UM CASTELO ONDE ACONTECEM COISAS ESTRANHAS

Estes particularismos, narrados em velhos alfarrábios, não chegaram ao conhecimento do reformado Abílio Duarte, guarda em sistema de voluntariado do secular Castelo dos Mouros, em Sintra, mas isso não impede que, em compensação, não nos garanta:

- Aqui no castelo acontecem coisas estranhas. As pedras até parece que crescem, tal qual como as pessoas.

Mesmo dando de barato esta opinião, deveras polémica, não deixaremos de referir que Abílio Duarte nos adiantou pormenores sobre a existência dos túneis da Serra da Lua, existência esta igualmente garantida por documentos antigos, só que de impossível demonstração pois essas galerias encontram-se obstruídas, nas suas entradas, por grandes porções de terra e entulho de vária ordem, embora notando-se perfeitamente os vários tipos de acesso.

 

O Castelo dos Mouros e a entrada para um dos subterrâneos da Serra Sagrada de Sintra

Guiando-nos até junto das entradas de diversos túneis, parte deles escavados nas rochas, Abílio Duarte insiste:

- Tudo isto, aqui por baixo, tem subterrâneos. Um deles vai ligar ao Convento dos Capuchos, que fica a oito quilómetros daqui, e um outro desemboca perto da povoação de Rio de Mouro, mesmo junto ao ribeiro que passa naquela povoação.

Outras galerias, afirmam texto vetustos, descem pelo interior da montanha até ao Palácio da Vila, edificação mais moderna mas não menos enigmática em certos aspectos da sua arquitectura, para já não falar no Palácio da Penha, mandado edificar por D. Fernando II, verdadeira jóia de simbologia oculta, igualmente provida de longos subterrâneos que ninguém sabe onde levam.

 

OS TÚNEIS E POÇO DO MONTEIRO DOS MILHÕES

Outro local onde se descobriram túneis e passagens plutónicas foi na famosa Quinta da Torre, também conhecida por Quinta da Regaleira, situada na subida para Seteais.

Esta propriedade, adquirida em 1893 pelo dr. António Augusto de Carvalho Monteiro, a quem deram a alcunha de Monteiro dos Milhões devido à sua enorme fortuna pessoal, viria a provar a grande amplitude da rede de subterrâneos da Serra de Sintra quando o seu não menos rico e enigmático proprietário resolveu mandar abrir duas passagens do subsolo para ligar o palácio à capela e à casa do guarda.

Talvez sem surpresa do milionário, estas obras foram desembocar numa rede de túneis antigos, surgindo numa das grutas assim postas a descoberto pequena imagem de pedra cor-de-rosa, representando um ser com aspecto feminino mas pisando um animal parecido com o mitológico dragão, só que exibindo certas formas humanas.

O "poço" iniciático e uma das grutas da Quinta da Regaleira da Serra Sagrada de Sintra

Monteiro dos Milhões veio a falecer oito anos após se terem concluído as obras na quinta e no palácio, as quais levaram dezanove anos a fazer. Se tivermos em conta o que a Kaballah diz acerca do número oito seremos forçados a pensar que o mistério se adensa.

Considerado, por alguns, como o último dos alquimistas portugueses, o dr. António Augusto de Carvalho Monteiro seguiu, igualmente, a insólita tradição de fazer buracos profundos na Montanha da Lua pois, além das diversas galerias da sua autoria, ainda detectáveis na Quinta da Regaleira, ordenou a escavação de um "poço" com 30 metros de profundidade e 6 de largura.

Pelas paredes deste "poço", cuja possibilidade de servir para captar água é posta de parte por quem nele penetra, desce uma escada em caracol com 139 degraus e apoiada em colunas.

No fundo depara-se com mais passagens subterrâneas reforçando a ideia de que tanto buraco não teria sido aberto por acaso...

UMA TRADIÇÃO MUITO FECUNDA QUANTO A SUBTERRÂNEOS

 

A Tradição portuguesa é fecunda quanto a referências sobre as grutas e túneis sintrenses, chegando a fazerem parte das lendas do povo de regiões afastadas da Montanha da Lua.

A Serra de Montejunto, por exemplo, localiza-se a cerca de cinquenta quilómetros a Nordeste da Serra de Sintra mas os seus habitantes, segundo o livro de António Oliveira Melo, António Rodrigues Guapo e José Eduardo Martins, "O Concelho de Alenquer", pensam e garantem:

- A terra e o mar interpenetram-se. De uma ponta à outra, da serra de Sintra à serra de Montejunto, a montanha está rota por baixo e o mar chega a entrar por ela dentro.

Será esta Montanha, às portas de Lisboa, uma das Cem Portas do mais fabuloso que mítico Reino de Agharta, onde "reside" o Rei do Mundo?

Helena P. Blavatsky, fundadora da Sociedade de Teosofia, falou nesse país subterrâneos em 1888, na sua obra "A Doutrina Secreta", a "bíblia" de grande número de ocultistas. Mas foi alguns anos mais cedo que a lenda ou história verídica de Agharta teve a sua maior divulgação junto do público, com as obras insólitas de Saint-Yves d´Alveydre.

Nelas este estranho homem profetizou muitos acontecimentos de grande relevo que vieram a suceder alguns cem anos depois da sua morte, entre eles a implantação do Comunismo na China e a união da Europa, ou Comunidade Económica Europeia...

Após contactos com uma personagem misteriosa, a quem chamou Instrutor, o escritor publicou a "Missão da Índia na Europa", livro enigmático onde diz revelar os segredos desvendados pelo seu Mestre.

O Reino de Agharta seria, então, uma cidade subterrânea e iniciática onde viveriam milhões de pessoas, Igreja primitiva conservada em segredo, talvez a equivalência do Reino do Prestes João, conservando-se assim até à implantação da Sinarquia no Mundo.

Para os nossos leitores menos a par destes assuntos, para o aprofundamento sobre o tema Sinarquia aconselhamos o livro de Papus, publicado em Portugal pelas "Edições 70" sob o título "O Ocultismo".

 

DA PROFECIA À SINARQUIA PASSANDO POR AGHARTA

 

Com a finalidade de analisar melhor o possível relacionamento entre a Serra de Sintra e o fantástico Reino de Agharta, interrogámos o kabalista português Vitor Adrião, investigador que desde há muito se vem dedicando a estes estudos.

- O Castelo dos Mouros, localizado no cimo da Montanha da Lua, tem sido assinalado, ao longo dos tempos, como uma das entradas para o lendário Reino de Agharta. Também foi local de existência de uma inscrição profética, que se encontrava à entrada do referido Castelo mas mandada retirar por D. João II.

Este rei, a quem grande número de ocultistas e investigadores atribui a paralisação do projecto universalista português, quando transformou a Ordem de Cristo numa ordem de clausura, pouco ganhou com a iniciativa já que o texto da inscrição premonitória ficou registado na "Crónica de El-Rei D. Manuel", de Damião de Góis, achando-se igualmente assinalado na página 201 de "Cintra Pitoresca", um livro de autor anónimo de 1838 mas que hoje se sabe ser o Visconde de Juromenha.

E prosseguiu Vitor Adrião:

- Trata-se do vaticínio de uma Sibila sobre o Ocidente e garantia: "Patente me farei aos do Ocidente / Quando a porta se abrir lá do Oriente / Será cousa pasmosa quando o Indo / Quando o Ganges trocar, segundo vejo... / Seus divinos efeitos com o Tejo."

É caso para aconselhar que quem souber ler que leia mas sempre acrescentaremos dois pormenores importantes, possivelmente ligados a este vaticínio.

 

A Serra Sagrada de Sintra ligada ao Paraíso "Perdido" de Agharta

Um deles é o facto de vários dignitários budistas e outros religiosos orientais estarem a deixar o Oriente para se fixarem na Europa, incluindo Portugal. Um deles, antes de iniciar viagem na direcção do "movimento" do Sol, igualmente de Oriente para Ocidente, ter dito aos seus seguidores da Tailândia encontrar-se a Ásia espiritualmente falida, pretendendo por isso viver num país que estivesse redespertando para as coisas espirituais.

Outro foi a descoberta, por parte do kabalista por nós contactado na Serra de Sintra, de duas lápides importantes, facto por ele próprio narrado através das palavras seguintes:

- Existem, na Quinta da Penha Verde, restos de um Templo dedicado à Lua onde duas lápides, escritas em sânscrito - idioma nunca falado na Europa - e trazidas de Somnath-Patane pelo Vice-Rei da Índia D. João de Castro, contam a história da união do Oriente com o Ocidente, verdadeiro tratado ensinando a viver-bem segundo as regras canónicas do Espírito Santo, neste caso e a quem são dedicadas as lápides, Shiva.

 

Uma das estelas ou lápides sânscritas

na Quinta da Penha Verde de Sintra

Talvez não seja, pois, em vão tudo quanto se escreveu e disse acerca do possível Quinto Império de Portugal, desde que o entendamos não como um domínio terreno ou colonial mas como um Império espiritual e universalista.

Quando o compositor Richard Strauss visitou a zona da Montanha da Lua considerou-a a coisa mais bela que tinha visto. Referindo-se ao parque, mandado construir por D. Fernando II, comparou-o ao jardim de Klingsor enquanto apontando o Castelo dos Mouros, lá no alto, definiu-o como o Castelo do Santo Graal.

Para quem conheça a história de Parsifal talvez não seja necessário acrescentar mais na reportagem.

 

UMA JANELA NECESSÁRIA

Perto do Castelo dos Mouros existe o Palácio da Penha, cujo nome provém das grandes rochas ou penhas que tiveram de cortar para o fazer, não tendo o seu nome nada a ver com a palavra Pena, como erradamente se pretende.

Mandado construir pelo rei D. Fernando II, com projecto do Barão de Eschwege, no ano de 1840, o Palácio da Penha é um tesouro de arquitectura oculta e simbólica, apesar dos positivistas e enciclopedistas da nossa praça não o distinguirem de qualquer outra construção.

Esta situação pode verificar-se no que diz respeito à famosa Janela do Gigante, da qual os apenas entendidos em arquitectura consideram "composição monstruosa, com um gigante cujas pernas são caudas de sereias, assente em grande concha e sustentando pesada janela saliente, tudo com uma decoração excessiva".

Mas, afinal, uma leitura mais atenta, por quem possua olhos para ver, verificará tratar-se do deus Neptuno, dominador dos elementos Água, Fogo e Ar - por isso a janela que sustenta possui três aberturas.

Segundo a opinião de entendidos na Kaballah, falta o elemento Terra, afinal aquele de que tratámos neste trabalho, levando a pensar ser desta janela que um observador atento, num momento propício, poderá descobrir o mistério dos subterrâneos da Serra de Sintra ou da Lua.

É de realçar o facto de D. Fernando II ter comprado, igualmente, o Castelo dos Mouros dando 761 mil réis por toda a zona, ficando com a obrigação de cuidar da sua conservação.

Depois da morte deste Rei Ocultista, em 1885, toda a propriedade ficou na posse da sua segunda esposa, a Condessa de Edla, que a vendeu ao Estado pela soma de 310 contos.

V. M.

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Sintra e os Mundos Internos

Luis Aparício escreve: "Um amigo, desde jovem que faz desenhos daquilo que sente sobre o interior de Sintra. É algo que está dentro de si e sai quando está a ver televisão ou num restaurante ou numa reunião. O tema que lhe sai é sempre sobre aquilo que vive por baixo da serra de Sintra. Quem olha para estes desenhos (abaixo indicados), sente que algo de muito especial lhe foi sugerido. Estamos perante momentos únicos e inéditos. Eis as suas palavras sobre os seus desenhos":“Sim, é verdade, qualquer pedaço de papel serve para desenhar ou expressar aquilo que só os olhos da alma vislumbram ou captam.Quem olha os desenhos, vê o que tem de ver, e sente o que tem de sentir, internamente, naquele preciso momento.E hoje esse processo de escrita mantém-se, simplesmente, como uma linguagem do espírito para unir mundos; os do visível, real e imediato, com os do sagrado invisível, seus Portais de Consciência. São ‘chaves’ de desbloqueamento. Essa é uma das funções dos desenhos”.

O autor dos desenhos é Arquitecto, professor de artes orientais há mais de 35 anos, foi com os escuteiros que cimentou o seu amor pela natureza e a sua amada Sintra, a serra sagrada.
Sintra, é onde a sua alma abraça, no sussurro do silêncio, a vida que o Lugar dos Lugares preserva para lá do tempo e dos espaços dos homens. Ali, entre o mar, feito de céu e terra, a Luz tem as suas fronteiras.É onde a Poesia e a Ciência das Estrelas comungam, Irmãs do UNO. Ali, só está quem tem de estar, Simplesmente, Presente.
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 desenho de Lima de Freitas

Extraído do livro Aquarius – Coletânea 2 – Rompendo os Mistérios. Autor: Professor Henrique José de Souza. 1ª edição.

  

   Professor Henrique José de Souza ___uma das antigas encarnações de MESTRE HENRIQUE DE SAGRES  

 

No esoterismo sânscrito, as expressões Brahma-tma, Maha-deva, Maha-guru, Maha-rischi, El-Rischi ou El-Rike corresponde ao título de rei do Mundo que, ...

 

 

Reinos Subterrâneos – O Rei do Mundo

 

O Rei do Mundo, colocado entre as colunas da Justiça e da Paz, exerce as três funções, na razão das "Três Trombetas para uma só boca" ou das "Três pessoas distintas numa única verdadeira", visto ser ele a representação da própria Divindade na Terra, como Lei ou "Dharma".

Ao mistério da Trindade se relaciona o termo sânscrito "Maitri", no sentido de três "Mayas", (três vezes passado pelo mundo da ilusão), como senhor dos três mundos, vitorioso das três "gunas" (qualidades da matéria), alcançando no homem à perfeição e o equilíbrio de sua tríplice constituição: Espírito, alma e corpo físico, equilíbrio e perfeição que elevam o iniciado à condição de Adepto ou "Mahatma", no sentido de homem perfeito.

Tal simbolismo é expresso também pelas três letras da palavra sagrada dos hindus, "AUM", em relação aos três mundos da matéria, que no Cristianismo corresponde a três espécies do paraíso: céu, purgatório e inferno. Dele serviu-se a Maçonaria adotando os três graus: aprendiz, companheiro e mestre.

 

A ele se relacionam as três iniciais da S.B.E. e da O.S.G., por serem os núcleos culturais e espirituais de seu Mundo em prol de uma nova civilização, portadora de melhores dias para a humanidade, tendo para isso fundado seu Colégio iniciático, com programa de estudos dividido em quatro séries.

 

Narra F. Ossendowski, em seu livro "Animais, Homens e Deuses", que o Rei do Mundo acompanha os pensamentos dos que dirigem os destinos humanos. Ele conhece suas secretas intenções e ideias; se agradam a Deus, ele os favorecerá com auxílio invisível; se, ao contrário, lhe desagradam, ele provoca sua queda. Tal poder provém de Agarta pela ciência misteriosa do OM, fusão do trino AUM.

 

R. Guénom, autor de "Lê Roi du Monde", estudando a palavra OM, considera-o o nome do próprio Logos. No esoterismo sânscrito, as expressões Brahma-tma, Maha-deva, Maha-guru, Maha-rischi, El-Rischi ou El-Rike corresponde ao título de rei do Mundo que, com seus dois ministros são reverenciados nos mantras ritualísticos pelas palavras iniciais, OM TAT SAT. Nos arquivos da S.B.E. existem mantras com essas palavras, os quais lhe foram oferecidos por Fraternidades Orientais, na ocasião de sua fundação, em Niterói no ano de 1924.

A Brahmatma pertence, segundo aquele cabalista, a plenitude dos dois poderes, sacerdotal e real. Tais poderes, quando manifestados, se distinguem pelos dois ministros, pertencendo o primeiro a Mahatma e o segundo a Mahanga. Essa distinção corresponde à dos brâmanes (sacerdotes) e à dos xátrias (guerreiros).

Os três Reis Magos do Evangelho reconheceram esses dois poderes no Messias recém-nascido. Eles eram a representação dos três chefes da Agarta e exemplificaram a união das raças brancas, amarela e negra, isentas de preconceitos. Mahanga oferece ao Cristo ouro e salvação, como rei. Mahatma oferece o incenso, como sacerdote. E Brahmatma, a mirra, símbolo da incorruptibilidade, imagem do Amrita, e a salvação, como profeta o mestre espiritual por excelência. 

A tríplice homenagem assim prestada pelos reis Baltazar, Melchior e Gaspar simboliza também o domínio crítico dos três mundos (Maitri, Maitréia. Senhor dos três mundos), reis que representavam a tradição primordial e deram origem à ortodoxia cristã relacionada a esse mistério.

 

Em Com cà sat guru passa     Sat guru passa em com cá

 

 

Guénon analisa em seu referido livro os vários centros espirituais e os considera como "símbolos" do verdadeiro e único Centro espiritual do mundo, que se localiza numa das cidades da Agarta. Fala do "reservatório das águas celestes" e o identifica com esse Centro espiritual. Dele partem os quatro rios "pardas", rumo aos quatro pontos cardeais. Ocultistas judeus identificaram-no com a colina de Sião, que denominam de "Coração do mundo". Esta é uma designação comum às "terras santas", correspondentes ao Monte Meru dos hindus e ao Alborj dos persas. "Tabernáculo das santidades" de Jeová, residência de Shekinah, é o Santo de todos os Santos, tal como a Santa Sião é o centro da Terra de Israel, colocada no coração do mundo.

 

Motivo que levou Dante a considerar Jerusalém como o Pólo espiritual.

R. Guénon, por certo desconhecia a realidade, embora misteriosa, dos mundos subterrâneos de Duate, Agarta e Shamabala, em sucessivas profundidades; do contrário, não consideraria os centros espirituais meros símbolos. Ele ignorava que a Atlântida possuía sete cidades ou cantões, dirigidos por sete reis (os sete reis de Edom ou de Éden), descendentes do monarca reinante na oitava cidade. Este era a expressão máxima da Divindade e exercia uma função trinaria (relacionada à Trindade Superior).

 

O valor da regência atlante era dez e não apenas oito.

 

Sete eris ou "Choans" nascidos no Uno-Trio. As Estâncias de Dzian ensinam que no Céu, como na Terra, coexistem os três mundos ou qualidades de matéria.

Os sete reis de Edom são representações vivas dos sete Dhyans Choans, acompanhando a síntese de todos eles, tal como, num sistema planetário, giram em torno do Sol central sete astros, expressões cósmicas dos sete respectivos planetários.

Prosseguimos em nossos comentários sobre o livro "Lê Roi du Monde", de René Guénon.

 Aludindo às tradições de vários povos concernentes aos reinos subterrâneos, o autor observa que o culto das cavernas acha-se ligado à ideia de lugar interior, central, e que assim, o símbolo da caverna, e o do coração tem quase o mesmo significado. A caverna ou a gruta representa a cavidade do coração como centro do ser e também o interior do "Ovo do Mundo".

Dentre as tradições, ressalta uma de particular interesse, a de Judaísmo, que se refere a uma cidade misteriosa chamada "Luz", nome dado originalmente ao lugar onde Jacó teve o sonho narrado na Bíblia; lugar ao qual denominou "Bith-El" (casa de Deus) . Diz a tradição que o Anjo da Morte não atinge aquela cidade. Alguns ocultistas, por uma coincidência singular, situaram-se perto de "Alborj" que, na tradição dos persas, é a região da imortalidade.

Próximo da cidade "Luz", dizem existir uma amendoeira, em cuja base se encontra uma concavidade, pela qual se entra em um subterrâneo, o qual conduz à mencionada cidade secreta.

Há outros símbolos que nas antigas tradições representam o Centro do Mundo,

 

 Um dos mais preciosos, segundo o citado autor, é a de Omphalos, palavra grega que significa umbigo, servindo também para designar tudo o que se acha em posição central. Em sânscrito, a palavra "nabhi" se emprega nesses dois sentidos, e mesmo nas línguas célticas e germânicas ela é encontrada com a grafia de "nab", "naf" e nav".

Ponto concordante entre todas essas tradições é a afirmação de existir uam Terra santa, protótipo de todas as outras. Centro espiritual supremo ao a qual se subordinam todos os demais. Outros nomes encontradiços, para essa designação, na literatura teosófica e ocultista, são Terra dos santos (Dos semideuses, "mahatmas" ou "jinas"). Terra dos imortais, Ilha imperecível. Platão denominou-a Região dos ouros, e Dante colocou-a no Paraíso, como Cidade de Deus.

Não se abrem suas portas a quem não possua a chave da pureza. Chave de "Púscara" e de "Shambala" são confiadas exclusivamente aos que tem direito a entrar nos reinos do Rei do Mundo. Dessa tradição originou-se a expressão "Abre-te, Sésamo", simbolizando o poder mágico de abrir a pesada porta da caverna de Ali-Babá e os quarenta ladröes que, segundo nossa interpretação, não seriam nem 40 nem ladrões, e sim os quarenta e nove filhos de "Fohat" e os respectivos quarenta e nove fogos de "Kundalini".

O sentido da "chave", também no idioma gaulês é representado pelas expressões "nav" e "naf", que se confundem com nave, navio, barca, ligadas ao simbolismo egípcio da Barca de Osíris, que conduz as almas à outra margem do oceano da vida. Arca e barca são, no sentido de lugar seguro e feliz, de aliança com deus, palavras, nas escrituras sagradas, ditas e repetidas há séculos por várias religiões, sem que até agora nenhuma as tenha decifrado.

O estudo das obras de autores como Roso de Luna, R. Guénon e S. d'Alveydre podem auxiliar-nos a entender algo dos mistérios relacionados aos reinos subterrâneos, aos quais não é estranha a "baleia" que engoliu vivo o profeta Jonas, vomitando-o na terra depois de três dias.

João Evangelista por certo os conhecia: "A cidade não precisa nem do Sol nem da lua para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é sua lâmpada. Nela nunca jamais penetraria coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira. Então já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem luz do Sol!".

(Apocalipse, XXI, 23, 24, 27-XXII, 5)

Essa cidade, região ou mundo em que se localiza o Centro espiritual supremo é, segundo nossa Escola, fisicamente real, denomina-se Shambala e se integra nos sagrados mundos interiores, a que preferimos chamar Duate e Agarta, embora nada afete sua essência as mudanças de nome ocorridas desde sua "interiorização", antes das catástrofes que fizeram submergir o continente atlante, provocadas pela depravação de seus habitantes.

A representação daquele Centro espiritual encontra-se não mais no velho Oriente nem na vetusta Europa. Ao iniciar-se o ciclo de Aquário, na primavera de 1921, ela instalou-se em nosso País, com a fundação espiritual da S.B.E. – O Brasil é a Terra da Promissão, a nova Canaã, pátria do próximo Avatara Maytreia, cujo advento os profetas do novo ciclo anunciam para o ano de 2005.

Sua missão é cultivar as mentes e aprimorar o caráter desta geração para que ele aqui encontre, desta vez, um ambiente propício à realização do seu divino mandato. O reino do céu é o dos mundos subterrâneos, de onde procedem os iluminados, os cristos, os adeptos, gênios "Jinas"e "mahatmas"ou mestres que trabalham silenciosamente pela evolução da humanidade.

Daquele mundo subterrâneo das tradições, procedem os misteriosos veículos que ultimamente, nesta confluência de ciclos em que morre o de Piscis e nasce o de Aquárius, vem se manifestando em todos os continentes. Popularizam-se com os nomes de suas aparências: "discos", "bolas luminosas", "charutos voadores". A ciência norte-americana já os tomou em consideração e o mundo oficial das grandes potências preocupa-se em adivinhar-lhes as intenções.

Além dos autores acima indicados, infelizmente nunca traduzidos para o vernáculo recomendamos a leitura de Henrique José de Souza e de Laurentus, autores das obras "Verdadeiro caminho da Iniciação"e "Ocultismo e Teosofia".

 

Extraído do livro Aquarius – Coletânea 2 – Rompendo os Mistérios. Autor: Professor Henrique José de Souza. 1ª edição.

  

       

 

 http://br.geocities.com/nx2005/geral/rei_do_mundo.htm.